Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) cearense alcançou R$ 147,8 bilhões, o que representou crescimento real da economia em relação a 2016, quando totalizou R$ 138,4 bilhões. Com o resultado de 2017, a participação do Estado com relação ao PIB nacional subiu para 2,25%, representando um ganho de 0,32 ponto percentual (p.p) em relação a 2002, ocupando a 12º posição do país e a terceira do Nordeste. A atual participação é a maior da séria histórica iniciada em 2002. Os dados estão no estudo PIB do Ceará nas Óticas da Produção e da Renda/2017, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
O analista de Políticas Públicas Witalo de Lima Paiva, um dos autores do trabalho, explica que, em 2017 – considerado um ano de recuperação econômica após o período da crise macroeconômica (2014-2016) – o Ceará apresentou aumento (em volume) do PIB de 1,49%, sendo o 18º maior crescimento dentre os Estados da Federação. Na análise do crescimento acumulado, para o período 2002-2017, o Ceará registrou a 17ª maior elevação, com 40,71%, enquanto que, no período 2010-2017, o crescimento acumulado atingiu 8,67%, o sexto maior resultado do Brasil. O PIB per capita chegou a R$ 16.395,00.
O estudo, de 35 páginas e que também tem como autores os analista de Políticas Publicas Alexsandre Lira Cavalcante, Daniel Cirilo Suliano e Nicolino Trompieri Neto e a assessora técnica Ana Cristina Lima Maia Souza, todos da Diec/Ipece, foi produzido tendo como base os dados do trabalho Contas Regionais 2017, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento apresenta os números definitivos, para todos os estados brasileiros, do PIB, um dos principais indicadores econômicos. Além do PIB dos estados, a publicação traz um conjunto amplo de dados sobre a atividade produtiva em cada unidade da federação, bem como sobre a composição da renda agregada que cada estado gerou a partir do funcionamento da economia local.
De acordo com Witalo Paiva, o setor agropecuário do Ceará registrou, em 2017, crescimento de 32,5%, comparado ao ano anterior. “Esse setor apresentou retração nos dois anos anteriores em consequência, principalmente, dos cinco anos de ocorrência de chuvas abaixo da média observada para o estado, ocasionando um período de seca com forte agravamento da restrição hídrica” – observa. Ele acrescenta que, no acumulado de 2010 a 2017, o valor adicionado do setor agropecuário cearense apresentou crescimento de 16,45%. Nesse mesmo período, o Nordeste e o Brasil também registraram aumentos, com taxa de 6,16% e 27,47%, respectivamente.
O PIB do setor industrial cearenses (calculado pelo Valor Adicionado Bruto – VAB, que é o que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo.) alcançou a soma de R$ 22,19 bilhões em 2017 contra R$ 23,38 bilhões em 2016. Em toda a série, iniciada em 2002, é a primeira vez que o VAB industrial, em termos nominais, se reduz em relação ao ano anterior. O Analista de Políticas Públicas do Ipece informa que redução histórica é explicada pelo desempenho da atividade da Construção Civil, cujo valor adicionado diminuiu, em termos absolutos, R$ 2,71 bilhões na passagem de 2016 para 2017. Considerando o total da economia cearense, incluindo todas as atividades econômicas, o VAB foi de R$ 130,1 bilhões, uma expansão absoluta de R$ 8,28 bilhões sobre 2016. A participação da indústria na economia cearense alcançou a marca de 17,1%, em 2017, refletindo uma redução intensa de 2,1 pontos percentuais (p.p.) em apenas um ano. Em 2016, o percentual foi de 19,2%.
Já o VAB da atividade de serviços cearense alcançou o montante de R$ 100,39 bilhões em 2017, após ter registrado um crescimento real de 0,69% comparado ao ano de 2016. Segundo o documento, a alta real no valor adicionado da atividade no Estado foi inferior o registrado pelo país, que também apresentou alta de 0,77%, e também inferior à expansão no Nordeste: de 1,11%. Mas a despeito da crise, o serviço cearense ainda verificou alta acumulada, no período entre 2002 e 2017, de 57,60%, superando o crescimento acumulado na região Nordeste (+48,33%) e no País (+45,46%). Da mesma forma, entre os anos de 2010 e 2017, a expansão nos serviços cearense (+10,17%) foi também superior à registrada na região Nordeste (+8,21%) e no País (+5,87%).
Fonte: Ipece