No que se refere ao setor do agronegócio no Estado do Ceará, a política governamental se orienta pela importância para a economia cearense de fortalecer as vantagens competitivas locais que se comprovaram nos últimos anos, principalmente na agricultura irrigada de alta tecnologia na produção de frutas, hortaliças e flores, para o mercado interno e exportação. Como estratégia de gestão, o Governo do Ceará estimulou a coordenação das cadeias produtivas prioritárias do Estado em Câmaras Setoriais e Temáticas, organizadas como instrumentos de integração entre o setor privado e os órgãos governamentais, identificando oportunidades, entraves e propondo soluções.
As Câmaras Temáticas e Setoriais são um foro de interlocução da sociedade, de caráter consultivo, composto pelos variados representantes das cadeias produtivas. Atualmente estão organizadas no âmbito da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) 33 Câmaras, sendo 14 ligadas ao Agronegócio, com 4 setoriais e 10 temáticas. São elas:
Floricultura
A produção de flores está distribuída em 5 polos de produção no Ceará, abrangendo 28 municípios dos 184 existentes, estabelecidos e organizados em função do desenvolvimento regional e dos diversos microclimas do Estado. O principal polo de flores do Ceará é o Polo de Flores da Ibiapaba, onde a atividade destaca-se com elevada taxa de crescimento e incremento substancial dentre todas as atividades desenvolvidas na região.
O setor de floricultura do Ceará está consolidado e estruturado por meio da Câmara Temática de Flores e Plantas Ornamentais (CT Flores), instituída pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), para identificar entraves e propor soluções ao setor, interagindo com a iniciativa privada.
Em função das dificuldades no uso do modal aéreo, a produção forte e demandante até então voltada para o mercado interno, tem nova oportunidade no mercado brasileiro, tendo em vista que os produtos de maior valor agregado, como as flores e rosas, somente podem ser exportadas convenientemente por via aérea. Nesse particular, as articulações internacionais do Estado, com a implantação de um novo HUB aéreo e novos voos internacionais a partir de Fortaleza, devem melhorar as condições de logística para a exportação de flores, um dos maiores agronegócios potenciais do Estado.
Foto: Tiago Stille /Governo do Ceará
Fruticultura irrigada
Em função de diversos fatores como as condições naturais de clima e solo, propícias ao seu cultivo, a fruticultura, de modo geral, sempre foi um expoente da agricultura cearense, gerando emprego e renda no interior e fazendo do Ceará um dos maiores produtores e exportadores do Brasil, destacando-se o caju, coco, maracujá, banana, mamão, manga, acerola, melão e melancia.
Além das condições naturais de produção, a localização do Estado no Hemisfério Sul lhe dá a condição única de logística internacional, como o menor “transit time” para o Hemisfério Norte, além de grandes investimentos em dois portos internacionais, o do Mucuripe, em Fortaleza, e o Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. O Estado do Ceará se destaca ainda nas novas oportunidades de desenvolvimento econômico, incentivos fiscais e investimentos em infraestrutura hídrica e energias renováveis.
A fruticultura irrigada cearense de alta tecnologia detém os números mais expressivos da agricultura local, tornando o Estado um grande exportador brasileiro de frutas frescas e sucos de frutas. Destacam-se nas exportações o melão, a melancia, a banana, o mamão e a manga, produzidas com alta qualidade, produtividade e tecnologia pós-colheita. Organizados espacialmente em 6 polos de produção irrigada do Estado: Ibiapaba, Baixo Acaraú, Curu/Metropolitano, Baixo Jaguaribe, Centro Sul e Cariri, a fruticultura irrigada possui cerca de 45 mil hectares em produção, abrangendo 64 municípios, dos 184 existentes (35%), criados a partir do conceito de desenvolvimento regional. A atividade de fruticultura destaca-se com elevada taxa de crescimento e incremento substancial dentre todas as atividades desenvolvidas no Estado.
A política do setor de fruticultura do Ceará está consolidada e estruturada por meio da atuação da Câmara Setorial da Fruticultura do Ceará, um instrumento de integração das cadeias produtivas, organizando os elos da cadeia de produção, criadas e organizadas no âmbito da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), para identificar entraves e propor soluções ao setor, coordenada pela iniciativa privada e interagindo com os órgãos governamentais, uma característica do Ceará nas relações Governo/Iniciativa privada. A fruticultura de alta tecnologia no Ceará é um dos principais agronegócios do Estado, em pleno desenvolvimento e alto potencial.
Pecuária de leite
Debaixo de pivôs centrais, o pastejo rotacionado permite aos pecuaristas produzir leite na seca ou na época das chuvas na região do Semiárido cearense. A técnica de pastejo rotacionado irrigado, introduzida no Ceará há 30 anos atrás revolucionou a pecuária de leite no Estado. Com esse sistema, a produção já é maior no período de estiagem que na época das chuvas, invertendo uma lógica secular na região.
A irrigação dos pastos também trouxe a certeza da produção independentemente de o ano ter boas chuvas ou não. Essa segurança dá certeza para que os pecuaristas invistam na atividade, aliado à melhoria genética dos rebanhos, uso de tecnologia e volumosos alternativos resultando em aumento contínuo na oferta de leite. Com esse sistema, a produção já é maior no período de estiagem que na época das chuvas, invertendo uma lógica secular na região. A irrigação dos pastos também trouxe a certeza da produção independentemente de o ano ter boas chuvas ou não. O importante é dispor de conhecimento, tecnologia e gestão nas propriedades.
Foto: Davi Pinheiro / Governo do Ceará
Pescados
A carcinicultura cearense se destaca nacionalmente e posiciona o Ceará como o maior produtor brasileiro. Sua expansão, saindo das tradicionais regiões de cultivo ao longo do litoral e partindo para as áreas continentais do estado, provam que esse setor da economia cearense pode ser a redenção para as populações mais carentes do estado, pois podem ser instaladas em regiões que apresentem condições diversas de solo e água, sem perder seu potencial produtivo.
Já a tradição da pesca da lagosta é responsável 75% da produção nacional. Extremamente saborosa, é considerada uma carne nobre. O pargo, peixe utilizado tradicionalmente na famosa peixada cearense, e outros peixes tradicionais como a pescada amarela e branca, ariacó, cioba, dentão, guaiuba, sirigado, cavala, robalo, serra e o caranguejo também estão entre os frutos do mar encontrados no Ceará.
A tilápia, outro forte pescado produzido no Ceará, foi introduzida nos açudes cearenses e rapidamente e se disseminou como uma alternativa para os pescadores do interior do estado. Em seguida com o seu cultivo controlado em viveiros de engorda e tanques redes, a produção desse pescado colocou o Ceará como um dos líderes nacionais nesse segmento. O consumo interno de toda a produção de tilápias vem corroborar a importância desse peixe para a economia cearense.
Recentemente, a pesca do atum vem sendo explorada no litoral cearense com maior destaque através de incentivos à pesca industrial desse pescado. O objetivo é fsuprir as indústrias de pescado em conserva que começam a se interessar em instalar-se em nosso estado.